Nem Princesa, Nem Salvadora: O Amor Idealizado Que Não Se Torna Felizes Para Sempre

Abstract

O presente trabalho investigou a influência dos longas-metragens animados da Disney, entre o período de 1937 e 2009, a fim de avaliar como a perspectiva de amor romântico ali trabalhada influencia a construção da perspectiva feminina de amor romântico. A pesquisa, de natureza qualitativa, utilizou enfoque metodológico na pesquisa documental e na revisão bibliográfica integrativa. A análise abrangeu os seguintes filmes: Branca de Neve e os Sete Anões (1937), Cinderela (1950), A Bela Adormecida (1959), A Pequena Sereia (1989), A Bela e a Fera (1991), Pocahontas (1995) e A Princesa e o Sapo (2009). Concluiu-se que, por meio das tecnologias de gênero e das representações sociais relacionadas aos papéis de gênero binários influenciaram diretamente as construções femininas de amor romântico. A narrativa da Disney no período abordado está profundamente enraizada no patriarcalismo, destacando a beleza, gentileza, bondade e abnegação como requisitos e valorizando a submissão e o silenciamento das mulheres. Uma das principais implicações encontradas, é a ênfase na ideia de que o amor transforma o parceiro, gerando uma expectativa de mudança nas relações reais. Adicionalmente, as produções são construídas a partir de uma ótica heteronormativa, contrastando os ideais comportamentais através dos protagonistas e as ações desviantes a norma nos vilões. Tal contraste reforça preconceitos e consolida a mensagem de que apenas a adesão à norma garante um final feliz.